Os afro descendentes comemoram, no dia 20 deste mês, o Dia da Consciência Negra. Dentre as vitórias conquistadas em Camaçari está a criação do Conselho da Comunidade Negra, cujo projeto se encontra em fase final de elaboração. Após a conclusão, a iniciativa será encaminhada à Câmara Municipal para votação.
A formação do conselho é uma das ações da Coordenação de Promoção de Igualdade Racial (Coopir) do Município, criada pela Prefeitura há pouco mais de um ano e funciona na estrutura da Secretaria da Assistência Social (Seas).
A Coopir é uma das grandes conquistas para as comunidades de matrizes africanas do Município, que vêem no órgão a oportunidade de combater o preconceito de forma mais intensa, respaldada pelo poder público.
A organização prega a multiplicidade étnica, o respeito à diversidade e a promoção de políticas públicas no combate às desigualdades raciais. Composta por cinco pessoas, a coordenação desenvolve ações articuladas com as demais secretarias, dentro da política de reparação racial.
A população pobre, em maioria negra e indígena, mora nos bairros com menor infra-estrutura e têm mais dificuldades de acesso a bens e serviços. Por essa razão, é importante que todas as áreas do governo estejam envolvidas.
A coordenação dá assistência a cerca de 500 entidades entre negros, povos ciganos, quilombolas e matrizes africanas que de acordo com a demanda apresentada são encaminhadas a outras secretárias ou órgão públicos para receber o suporte necessário para sanar o problema.
As comunidades tradicionais têm livre acesso à Coopir. É o que garante José Néri Santana, representante do Centro Cultural Terreiro Kafun de Unzamb. Agora temos voz, afirma.
O órgão surgiu pela sensibilização aos pedidos das comunidades tradicionais, que precisavam de amparo do poder público. Para a coordenadora da Coopir, Ivonete Mota, o núcleo é de grande valia para a população menos assistida, em especial as comunidades negras, por ser maioria na sociedade.

A Coopir apóia comunidades como o quilombo de Cordoaria -