O prefeito Luiz Caetano declarou nesta segunda-feira (17/05), apoio às empresas e funcionários do Pólo Industrial de Camaçari, que trabalham com a produção do glifosato intermediário e sofrem ameaça desleal de empresas chinesas, que reduziram o preço do produto importado para o Brasil. Conhecida como dumping, a ação compromete a permanência das empresas locais no mercado e pode, inclusive, causar desempregos.
A colaboração do prefeito Caetano foi discutida em reunião com o superintendente geral do Cofic (Comitê de Fomento Industrial de Camaçari), Mauro Pereira, o gerente geral da fábrica da Monsanto, Gilmar Beraldo e representantes do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, Alfredo Santos e Maurício Jansen. Na ocasião, eles apresentaram ao prefeito o estudo sobre as ameaças à produção de glifosato na Bahia.
A questão conta também com o apoio do governador do Estado, Jaques Wagner. A expectativa é de que o assunto seja discutido no dia 26 de maio, durante reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), em Brasília, com a participação de sete Ministérios.
As empresas que compõem a cadeia produtiva de glifosato intermediário e o Sindicato dos Químicos e Petroleiros solicitam ao Camex que seja estabelecido um preço de referência para o glifosato ácido de US$ 4,60 por quilo, no intuito de proporcionar uma concorrência justa. Não queremos privilégios, o pleito é de ter ao menos a possibilidade de igualdade de concorrência com a China, esclareceu Mauro Pereira.
Na opinião do gerente geral da fábrica da Monsanto, Gilmar Beraldo, o apoio do prefeito Caetano é muito importante. Ele está engajado na causa, sabe do problema e está sensível a ajudar. Segundo Beraldo, a China baixou o preço do quilo do ácido de US$ 12,00, em 2007, para US$ 3,06, este ano. Além disso, o governo chinês aumentou o incentivo à exportação pago às empresas. O benefício passou de 5% para 9%, em maio de 2010.
De acordo com o Cofic, se nada for feito para defender a cadeia produtiva haverá conseqüências graves. O risco é de prejuízos financeiros para mais de 30 empresas do Pólo Industrial, o fechamento da fábrica da Monsanto e de unidades da Braskem, Oxiteno e Copenor, redução em mais de R$ 200 milhões de arrecadação de impostos e, principalmente, o desemprego de mais de 2 mil funcionários.
Para Alfredo Santos, sindicato dos Químicos e Petroleiros, o importante é enxergar o problema como um todo. O papel do Sindicato não é a visão econômica, mas o impacto social que teria na cadeia produtiva devido ao fechamento das unidades das fábricas.

Caetano debate as ameaças à produção de glifosato na Bahia -