Com uma extensão territorial de 752 quilômetros quadrados, Camaçari possui cerca de 80% do território ocupado por zona rural, com propriedades pequenas de até dois hectares (20 mil metros quadrados).
Em áreas como Monte Gordo e Barra do Pojuca, parte dos moradores retira do plantio de frutas, verduras e hortaliças, criação de peixes e outros animais, além da produção de mel, alimentos para o próprio consumo e comercialização.
No intuito de facilitar a vida dessas pessoas, a Prefeitura, através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), já beneficiou cerca de 900 famílias das regiões de Jóia do Rio 2, Açu da Capivara, Tiririca, Lagoa Seca, Fazenda Cajazeiras, Lodo, Fazenda Barata, Arembepe, Vila de Abrantes, Coqueiros de Monte Gordo e Santa Maria.
Para Edemilson Silva, apicultor e meliponicultor (criador de abelhas com e sem ferrão), o financiamento de R$ 1,5 mil possibilitou a compra de uma serra e motor para construir as caixas, espécie de colméia artificial.
Segundo ele, o empréstimo possibilitou a compra dos equipamentos e matéria-prima.
“Eu mesmo confecciono as caixas, que saem a R$ 20 cada. Se eu fosse comprar pronta custaria R$ 80”, explica.
De acordo com Edemilson Silva, o negócio tem se mostrado rentável. Por ano, são retirados cerca de 50 litros de mel. Cada litro das espécies uruçu e tiúba, por exemplo, é vendido a R$ 100.
O mel da jataí chega a ser comercializado por R$ 200. Toda a venda gera um lucro anual de quase R$ 5 mil.
Outras histórias como a de Edemilson se repetiram com a ajuda do Pronaf no Município. Um exemplo é Eduardo Manoel dos Santos.
Com 75 anos, o criador pôde construir o galinheiro para acomodar as aves, além de um tanque de peixes, onde cria as espécies tilápia, tambaqui e carpa.
AGROAMIGO
Com a retomada do Pronaf, prevista ainda para este ano, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec), cerca de 500 agricultores poderão ter acesso ao Agroamigo.
O programa é uma linha de crédito especial, que disponibiliza até R$ 2 mil em empréstimos para pequenos produtores de agricultura familiar.
Segundo a Sedec, do orçamento anual de R$ 3 milhões previstos para investimentos na agricultura, apenas R$ 900 mil foram utilizados.
“Ainda restam R$ 2 milhões a serem investidos para os produtores”, revelou o secretário da Sedec, Hélio Côrtes.
Todo financiamento é realizado através de parceria com o Banco do Nordeste.