Por conta dos 250 anos que Camaçari completa em setembro próximo, todas as festas realizadas pela Prefeitura este ano ganharam uma dimensão maior e receberam mais investimentos e atenção. Com o Camaforró não foi diferente. Como novidade, o evento recebeu som e iluminação cênica de última geração, ampliação da rede de serviços e atração de mídia nacional.
Em entrevista, o coordenador de Eventos, Marilton Trabuco, fala sobre a importância dos festejos para a economia do Município, o desafio de transformar Camaçari em uma cidade referência no São João da Bahia e a redução da violência no Camaforró.
Ascom O que o Camaforró apresentou de novidade este ano?
Marilton Trabuco Conseguimos uma coisa importantíssima, atraímos a mídia nacional para o nosso São João, com transmissão ao vivo da festa pela TV Globo e Record. Na Globo mesmo, ficamos cerca de 50 minutos no ar, no sábado, em horário excelente, logo após o Zorra Total. Na Record, houve transmissão de domingo a terça-feira, de 23h a meia-noite. Em relação à estrutura, montamos três coretos com trios de forró, investimos em som e iluminação cênica, trazendo o que há de mais moderno à festa, reduzimos o intervalo entre bandas no palco principal, aumentamos o número de barracas, beneficiando o mercado informal do Município, e melhoramos os serviços ao folião. Também comemoramos a redução no índice de violência.
Ascom A violência diminuiu?
Marilton Trabuco Sim. Os índices de violência estão baixíssimos, bem menores do que o ano passado. A Delegacia Especial da Mulher, por exemplo, havia registrado até a madrugada de ontem (segunda-feira, dia 23) apenas duas ocorrências. O que se vê são pequenas discussões, empurra-empurra, isso por conta do contato entre as pessoas, a vontade de achar o melhor lugar e também o consumo de álcool.
Ascom Tem sido difícil transformar Camaçari em uma cidade referência em forró?
Marilton Trabuco O processo é gradativo. A cada ano se adquire mais experiência e condições de melhorar a festa. Demos um passo importante este ano, com a atração da mídia nacional. Agora, a tendência é os patrocinadores se interessarem pelo evento, que tem um público médio de 80 mil pessoas. Depois que o Camaforró ganhou força na Região Metropolitana, as pessoas deixaram de viajar e passaram a receber os parentes aqui. Antes, era o inverso. Camaçari ficava um deserto. A festa de São João tem um impacto positivo na economia local, é supermercado cheio, mototaxistas e taxistas rodando de cima para baixo com passageiros, bares e restaurantes movimentados.
Ascom O público tem falado bem das atrações. Como funciona o processo de seleção?
Marilton Trabuco A gente busca fazer um mix, reunindo em uma só festa o forró tradicional, o artista da terra, o ritmo elétrico, o sanfoneiro e o trio de forró, porque assim a chance de proporcionar diversão para a maioria dos foliões é maior. Este ano, o caramanchão virou uma extensão do palco principal, com grandes artistas. Mesmo assim, criamos os coretos para aglutinar quem gosta do forró mais tradicional.
Ascom O que os moradores podem esperar do calendário de festas deste ano?
Marilton Trabuco Todas as festas já realizadas tiveram uma evolução e ampliação por conta dos 250 anos de Camaçari. As festas da orla, por exemplo, foram maiores do que nos últimos quatro anos.
Ascom E a festa dos 250 anos e o Camafolia?
Marilton Trabuco Devido à legislação eleitoral, o Município fica proibido de realizar eventos com grandes atrações a partir de julho até o pleito. Mas o Camafolia, como é em novembro, deve acontecer normalmente.

Marilton Trabuco fala sobre o Camaforró e outras festas -