Das 168 famílias retiradas da ocupação irregular das margens e nascentes do Rio Pojuca, em Barra do Pojuca, apenas 27 famílias seguiram para o abrigo provisório disponibilizado pela Prefeitura. Quer dizer, a maioria não precisava das moradias construídas na APP (Área de Preservação Permanente).
Mesmo tendo sido uma determinação do Ministério Público, a administração municipal reservou quatro galpões amplos para abrigar as famílias, mas apenas dois estão ocupados. A Prefeitura cedeu transporte para levar os moradores até os galpões e caminhões para transportar os móveis. Além disso, o local conta com estrutura de banheiros químicos e segurança 24 horas.
A busca por uma oportunidade no mercado de trabalho e uma vida melhor para os cinco filhos motivaram a dona de casa Claúdia Xavier, de 34 anos, a sair de Salvador e vir morar em Camaçari há pouco mais de um ano. “Como muitas pessoas estavam lá, ergui meu barraco com plástico e fiquei. Matriculei meus filhos na escola, gostei muito do ensino e resolvi ficar, pois luto muito para que eles tenham uma educação de qualidade”.
O filho mais novo de Claúdia, João Miguel Xavier, de 10 meses, é camaçariense e ela contou que já criou raiz com a cidade e confiança que a Prefeitura dará total suporte a ela, uma vez que tem sido bem atendida. A dona de casa espera que toda essa situação seja resolvida o quanto antes e independentemente do que for definido, continua em busca de emprego para alugar uma casa e dar melhores condições de vida aos filhos.
Desde que as famílias chegaram ao galpão, técnicos da Sedes (Secretaria do Desenvolvimento Social), dentre eles psicólogos, assistentes sociais e agentes sociais, estão fazendo visita e realizando a triagem para então ser feito o planejamento dos encaminhamentos das famílias, obedecendo as leis e portarias do Município.
A Sedes também disponibilizou colchões, água mineral e cestas básicas para o suporte das famílias. Nesta quinta-feira (04/09), profissionais da Vigilância Epidemiológica visitaram o espaço para averiguar as condições. Na quarta-feira (03/09), a Vigilância Sanitária qualificou o local como arejado, limpo e iluminado.
O suporte da Prefeitura para as famílias conta com apoio da Seduc (Secretaria de Educação), que fará o levantamento para realocar as crianças para unidades de ensino mais próximas dos galpões.
A operação de desocupação da APP foi iniciada na segunda-feira (01/09) pela Sedur (Secretaria do Desenvolvimento Urbano) com apoio da Polícia Militar. O Ministério Público ingressou com uma ação civil pública ambiental na 1ª Vara da Fazenda Pública do Poder Judiciário do Estado, por conta dos danos ambientais causados em função da ocupação irregular.
Também apoiaram a ação a Segov (Secretaria de Governo), a Sesp (Secretaria dos Serviços Públicos), Seops (Secretaria de Ordem Pública e Sustentabilidade), a Limpec (Limpeza Pública de Camaçari) e a Defesa Civil.
