O Teatro Alberto Martins recebeu na tarde desta terça-feira (12/9) o evento “Olho no Espelho e não me vejo – Diálogo sobre Identidade de Gênero”, primeiro ciclo de debate sobre transgeneridade do município. A ação, promovida pela Secretaria do Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedes), através da Coordenadoria de Igualdade de Direitos, Promoção de Políticas Públicas e Combate à Discriminação, tem o objetivo de desmistificar os preconceitos sobre o tema por meio da informação.
A iniciativa foi muito elogiada pela mediadora do evento Andréa Magnoni, foto-ativista, militante pelos direitos trans e integrante do Coletivo “De Transs Pra Frente”, de Salvador. “A cidade de Camaçari está de parabéns, por movimentar e fomentar essa discussão e trazer à vista esse tema que precisa de informação para poder dissolver a transfobia e o preconceito”, declarou ao lembrar que a Bahia é um dos estados mais agressivos a essa população. “Por isso, ter pessoas trans compondo a mesa para falar sobre identidade de gênero, falando na primeira pessoa, passando informações sem complicadores, é essencial”, completou.
A mesa foi composta por importantes nomes como Viviane Vergueiro, mulher trans, pesquisadora em identidade de gênero e diversidades corporais do grupo de pesquisa de Cultura e Sexualidade da Universidade Federal da Bahia (Cus – Ufba), que envolvida pelo tema “Olho no espelho e não me vejo”, trouxe para o debate não só formas e situações que os transgêneros passam na sociedade. “Eu quero fazer as pessoas pensarem nas inúmeras situações que as levam a não se reconhecerem no espelho, a exemplo de questões estéticas, de mercado e o racismo, que atravessam as formas, de maneira que a gente não consegue se olhar no espelho e se enxergar de fato como realmente é. E a partir daí pensar em questões que afetam as pessoas trans e travestis”, explicou.
O bate-papo também foi espaço para boa notícia, dessa vez trazida por Daniela Fortunato, advogada especialista em processo civil e coordenadora do Centro de Assistência Judiciária e Cidadania de Camaçari (Cajuc), que também compôs a mesa e aproveitou para anunciar que em breve será feito um mutirão para mudança de prenome no Cajuc.
O debate foi enriquecido também com a participação do coordenador do Ambulatório para Travestis e Transsexuais da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Ailton Santos, e de Rafael Lemos, ativista, homem trans, estudante e morador de Camaçari.