Alunos da Escola Municipal Fazenda Cajazeiras, em Cajazeiras de Abrantes, realizaram nesta sexta-feira (28/11) o projeto Africanidade – De onde vem a nossa identidade. A iniciativa foi elaborada em virtude do mês de novembro ter o Dia da Consciência Negra (20) e ser um momento em que questões identitárias relacionadas aos negros estão em discussão. No Município, há uma programação intensa de atividade promovidas pelo movimento Novembro Negro.
Os 120 alunos, com idades entre 4 e 12 anos, cursam da educação infantil ao ensino fundamental 1 (antigo primário) e apresentaram danças, comidas típicas, contaram histórias com temas ligados ao preconceito, igualdade racial, à cultura africana e afrodescente.
Tailane Costa, de 9 anos, aluna do 3º ano do ensino fundamental, narrou a história do livro A rainha de bateria (2009), em que Maria Luísa, uma menina que mora ao lado de uma quadra de escola de samba e que gostava de sambar, mas não podia ir para os ensaios porque a mãe tinha preconceito quanto aos frequentadores do espaço. “Samba faz parte do negro”, explicou a menina.
A menina Júlia Paixão, de 10 anos, aluna do quarto ano, conta que se surpreendeu com a história de Zumbi dos Palmares. Um líder alagoano do movimento antiescravagista e de um dos maiores quilombos (espaço de refúgio e resistência à escravidão) do período colonial. “Eu não sabia o cara que ele foi e tudo que fez por nós”.
A professora de educação infantil e coordenadora do programa Mais Educação na escola, Cristiana Ramalho, contou que o projeto Africanidade vem sendo elaborado desde setembro e integrou todos os estudantes com contação de história, pesquisa e produção textual. “As sete turmas foram divididas em tempos históricos, desde a chegada dos negros (1580) para serem escravizados até os dias atuais”, narrou.
