O estudo técnico solicitado pela comunidade de Areias, na orla de Camaçari, ao Ministério Público, sobre os danos ambientais causados pela empresa Millennium Inorganic Chemicals do Brasil S/A comprovou que a água subterrânea da localidade está contaminada com alto teor de metal pesado.
De acordo com o laudo técnico, a água é imprópria para consumo , sob o risco de contrair diversas doenças. Segundo o promotor Luciano Pitta, a Millennium terá que fazer adequações técnicas no sistema de tratamento de água do local e realizar medidas compensatórias pelos danos causados.
Divulgado neste sábado (02/06), durante audiência pública, realizada na Escola Municipal Tomás Camilo, o estudo, fruto de uma queixa prestada pela comunidade de Areias em 2009, foi feito pela Fundação José Silveira, com a colaboração da Central de Apoio Técnico do MP (CEAT).
Na valiação do secretário Municipal do Desenvolvimento Urbano, José Cupertino, este é o primeiro de muitos estudos que serão realizados para aprofundar o assunto e conhecer os reais danos causados pela fábrica.
Segundo a líder de Comunicação e Relacionamento com Comunidades da Millennium, Grace Brandão, a empresa ainda não foi notificada oficialmente sobre o resultado do laudo. “Assim que for, as questões serão solucionadas de imediato”, garantiu.
Para o presidente da Associação Desportiva de Areias, Alex Sandro da Silva, a empresa deveria ser transferida para o Polo Industrial,” local onde estão abrigadas outras fábricas no Município”, explicou.
A Millennium Inorganic Chemicals do Brasil S/A está instalada em Camaçari há mais de 30 anos e é responsável pela produção de dióxido de titânio, matéria prima utilizada na produção de tintas.
Além da comunidade, estiveram presentes na audiência pública o coordenador de Meio Ambiente da Sedur, Paulo Chiacchio, o diretor do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Saúde, José Carlos Santos, o vereador Jorge Curvelo (DEM), o subcomandante da 59ª Companhia de Polícia Militar (CIPM) de Arembepe, capitão Jorge Alexandre Santos.
Participaram também a coordenadora de Meio Ambiente da Fundação José Silveira, Iris Figueira, a coordenadora Técnica do CEAT, Rousyana Gomes, o gerente da Unidade de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da Fundação José Silveira, Luís Roberto Reuter, além de representantes da Millennium.