Em dois anos de funcionamento, a Cidade do Saber Professor Raymundo Pinheiro coleciona bons resultados e, com isso, tem conquistado cada vez mais parcerias e ajudado a elevar a auto-estima da população.
Mantido pela Prefeitura de Camaçari, o espaço conta com parcerias de empresas privadas e organizações como a Braskem, Tigre, Petrobrás, o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) e o complexo hoteleiro Sol Meliá.
De acordo com Érico Oliveira, superintendente de Desenvolvimento e Comunicação do Cofic, a interface que a empresa mantém com a Cidade do Saber é bastante estreita e intensa.
O fato de enxergar o espaço como um grande projeto de inclusão social, não apenas pela estrutura, mas, principalmente, pela proposta de trabalho motivou a empresa a firmar parcerias com a instituição e ainda estimular as demais empresas do Pólo Industrial a investirem no projeto. O complexo de inclusão desenvolve um trabalho de maior importância, com grande valor social para Camaçari e para o Estado.
E os investimentos não foram em vão. Dentre os resultados positivos está o sucesso de algumas das pessoas atendidas pelo programa, a exemplo das quatro crianças que conquistaram bolsas para a escola de Teatro do Bolshoi, a karateca Paloma Nunes, vice-campeã Sulamericana de Karatê na modalidade Kumitê, categoria juvenil, Davi Menezes, médio-ligeiro, que passou a integrar a Seleção Brasileira de Boxe, em 2008 e Priscila Santos de Jesus, 2º lugar no concurso estadual O que minha terra tem de melhor, promovido pela empresa Bahia Pulp.
Moradora do bairro Nova Vitória, Priscila de Jesus, 15 anos, é aluna de pintura em tela e também já cursou desenho e pintura, na Cidade do Saber. Ela já tinha a aptidão na área e teve a habilidade aperfeiçoada através das aulas que tem na instituição desde que foi inaugurada. Adorei a oportunidade, porque aprendi muita coisa no complexo como, por exemplo, a desenvolver a técnica. Isso me ajudou a conquistar o 2º lugar no concurso no qual concorri com 15 mil pessoas da Bahia.
A pintura contagiou toda a família. O pai de Priscila, por exemplo, aposta tanto no potencial da filha que montou uma galeria para ela em casa. Muitas das telas que pinto são doadas para parentes e amigos. Hoje, Priscila ainda não sabe se pretende seguir a carreira artística, mas tem certeza de que vai continuar desenhando e pintando, seja como uma profissão ou por hobby.
Outro destaque da Cidade do Saber é Géssica Rosa de Lima, 15 anos, campeã baiana de karatê 2008. Moradora do bairro da Gleba E, ela começou a treinar há dois anos e hoje é faixa vermelha. Segundo Géssica, o complexo tem um papel importante na vida dela. Se não fosse a Cidade do Saber, eu não teria conhecido o karatê e me identificado com o esporte.
O complexo de inclusão social contribuiu ainda para impulsionar o esportista Gerson Rodrigues Neto, 16 anos, que foi convidado para integrar a equipe juvenil da seleção baiana de basquete. Ele, que mora com a tia no bairro Nova Vitória, treina a quase dois anos. Se não fosse o espaço eu não teria a oportunidade de entrar na seleção baiana de basquete.
A Cidade do Saber também apresenta resultados concretos no que diz respeito à melhora das condições de saúde da população. Maria de Lourdes, 65 anos, moradora do bairro da Gleba B, é uma prova disso. Aluna de hidroginástica desde 2008, ela também faz alongamento e relata melhoras significativas em relação à artrose que tem no joelho.
Melhorei bastante depois dos exercícios de hidroginástica e de alongamento. Antes sentia fortes dores e tomava remédio para a artrose todos os dias, agora só tomo uma vez por semana e nem lembro mais quando tive a última crise, garante a aposentada.