Com o intuito de fortalecer o combate à homofobia, Camaçari realizou, na manhã desta terça-feira (10/07), uma caminhada em homenagem ao jovem José Leonardo da Silva, morto por um grupo de rapazes, no dia 23 de junho, ao ser confundido com um homossexual.
A passeata saiu da Praça Abrantes em direção ao monumento em homenagem às vítimas de crimes de homofobia em Camaçari e no Brasil, inaugurado na última quinta-feira (5/7), no bairro Jardim Limoeiro.
Segundo André Xavier, presidente da Associação de Moradores do Parque das Mangabas, bairro em que a vítima morava, a iniciativa visa alertar à sociedade para o combate a prática de crimes discriminatórios e homofóbicos. “Precisamos acabar com esse preconceito e evitar que mais pessoas sejam vítimas de homofobia no país”, destacou.
Para o irmão gêmeo da vítima, José Leandro da Silva, 22 anos, agredido junto com Leonardo por caminhar em via pública abraçado com o irmão, atos como esses não podem ficar impunes. “É inacreditável que em pleno século 21ainda existam pessoas com este tipo de preconceito. Espero que os agressores respondam pelo crime que cometeram”, disse indignado.
A rápida resolução do caso deixou a namorada de Leonardo, Naiara Gomes, e a irmã dele, Rozilene Silva, um pouco aliviadas. Grávida de quatro meses, Naiara disse estar sentida pelo fato do namorado não poder conhecer o filho. “Mesmo que ele fosse homossexual, ninguém tinha o direito de tirar a vida dele”, disse emocionada.
Promovida pela Associação de Moradores do Parque das Mangabas, em parceria com o CGC (Grupo Gay de Camaçari), e pelos familiares de Leonardo Silva, a caminhada reuniu parentes e amigos da vítima.
Nesta quarta-feira (11/7), familiares e amigos vão ao Ministério Público para solicitar agilidade no processo e cobrar a prisão dos demais agressores, que ainda estão foragidos. Na próxima terça-feira (17/7), será realizada uma nova manifestação com saída da Associação de Moradores do Parque das Mangabas até o memorial LGBT.
