Camaçari 250 anos, dos quilombolas à aldeia hippie

Iwwa Agência
Publicado 24/09/2008 12:09:51

Ao longo dos 760 quilômetros quadrados de área, Camaçari, que comemora 250 anos no dia 28 próximo, abriga ambientes bastante distintos, que vão desde a área industrializada do Pólo à remanescente de quilombo, passando pela zona rural, localidades praianas e a sede. Espaços de estilo de vida e características bem diferentes.

A sede, onde vivem aproximadamente 130 mil pessoas, é o coração administrativo do Município. O tempo é frenético, regido pelos compromissos trabalhistas, bancários, médicos, de ensino ou ainda, as compras.

O centro é um vai e vem de gente e de veículos, de sinaleiras e ambulantes, sem contar o barulho típico de espaço movimentado. O trânsito também reflete a agitação e tem se tornado cada vez mais intenso.

A noite, a sede, é marcada pelos barzinhos, alguns com som ao vivo, onde os amigos se reúnem para jogar conversa fora e distrair. As praças são outros importantes pontos de encontro.

Mas é aos domingos, que Camaçari ganha, verdadeiramente, cara de cidade de interior. Sem o movimento e o corre-corre da semana, as ruas da sede se esvaziam, principalmente porque os moradores preferem curtir as belas praias da orla.

A orla, cuja extensão é de 42 quilômetros e com cerca de 85 mil moradores, atrai pessoas de todas as partes. As belezas naturais de Busca Vida, Jauá, Arembepe, Barra do Jacuípe, Guarajuba e Itacimirim são o grande atrativo da região, lotada aos finais de semana.

O estilo de vida das pessoas que vivem na orla não se difere muito do centro. A mais expressiva diferença é o fato de contar com uma agradável e natural fonte de lazer, que são as praias, e ter a pesca como uma importante fonte de renda local.

ZONA RURAL
O peixe também é sinônimo de sobrevivência para os moradores da zona rural, que vivem ainda da agricultura e criação de animais. Com rotina mais diurna, os pequenos produtores normalmente acordam mais cedo e aproveitam a luz do sol para alimentar os animais e cuidar da terra, atividade que requer muita disposição física. Apesar de aparentemente mais dura, a vida no campo é muito mais saudável, uma vez que as pessoas, na maioria, se alimentam do que produzem.

Área remanescente de quilombo, a localidade de Cordoaria também é considerada como zona rural, local onde as pessoas ainda mantêm o hábito de sentar na porta de casa à noite para bater papo com os vizinhos. Além disso, alguns moradores chegam a dormir com as janelas abertas.

Durante a semana, a localidade fica praticamente deserta, habitada quase que exclusivamente por idosos e crianças, uma vez que grande parte dos jovens e adultos trabalha fora e, devido à distância, passa a semana na casa de familiares ou no próprio local de trabalho.

A agricultura, antes predominante em Cordoaria, já não é tão praticada, mas muita gente mantém algum tipo de plantação no quintal para o uso da família. “A questão é que os jovens se distanciaram bastante da terra e preferem trabalhar fora, com prestação de serviço”, observou o morador Jorge Santos.

O contraste fica por conta do Pólo Industrial, praticamente uma cidade dentro da cidade, com ruas sinalizadas, bancos, segurança e sistema de saúde próprios. Bastante produtivo, o pólo funciona 24 horas por dia e emprega mais de 35 mil pessoas em 133 empresas.

Longe da agitação do Pólo Industrial, os hippies levam uma vida alternativa na aldeia, situada em Arembepe. Sem água encanada e luz elétrica, as 60 pessoas que moram no local levam uma vida simples, sem conforto, mas muito contato com a natureza. A proposta é aproveitar a filosofia da paz e do amor.

Os telhados das casas são de palhas e algumas das moradias não têm sequer portas e janelas, como a de Maria José Pinheiro, 50 anos, que veio do Maranhão há 25 anos e fixou moradia na Aldeia Hippie de Arembepe. “Gostei daqui e fiquei. Não quero mais sair desse lugar. Aqui é um cantinho do mundo onde você pode ficar tranqüilo”.

Para a gaúcha Beatriz Castaman, 39 anos, há 15 na aldeia, a vida alternativa é trabalhosa e requer muito condicionamento físico, mas a rotina é a mesma de toda família, a diferença é que é bem mais saudável. “É preciso ter muita força para aderir à proposta de uma vida alternativa”.

Foto: Agnaldo Silva

Cordoaria, outro lado de uma cidade que trabalha dia e noite -

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