As bailarinas de Camaçari classificadas para a seletiva nacional da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, Auane Ferreira e Anna Clara Rocha, de 9 e 8 anos, estão empolgadas com a possibilidade de ganhar a bolsa de estudos. Confiantes, elas não se assustam com as mudanças drásticas que terão, caso sejam selecionadas.
Agora, as meninas preparam a parte técnica em busca da classificação nacional na seletiva marcada para outubro deste ano, na cidade de Joinville, em Santa Catarina. Os pais, por sua vez, oferecem todo o suporte para as filhas e revelam que darão o apoio necessário para que elas realizem o sonho e se tornem bailarinas.
Em 2011, as duas meninas chegaram bem perto da classificação para a seletiva nacional, quando ficaram entre as 10 melhores. Apesar da frustração inicial, elas não desistiram e pediram para participar da seleção novamente. Desta vez, a sorte sorriu para elas e a notícia da classificação foi recebida com muito entusiasmo por pais e filhos, que pularam de alegria e trataram de contar a boa nova para familiares e amigos.
Felizes, Auane e Anna Clara revelam que estão ansiosas pela seleção nacional e esperançosas em conquistar as bolsas de estudos e mudarem para cidade catarinense. Quando perguntadas sobre a possível saudade da família e o medo de ficar longe dos pais, elas são firmes e demonstram que não querem abrir mão da oportunidade de estudar. “Quero morar sozinha, além disso, posso falar e ver meus pais todos os dias pela internet”, observa Anna Clara.
De acordo com os pais das duas meninas, o balé é um sonho que as filhas nutrem desde pequenas, mas como ainda não tinham a idade mínima para o curso oferecido gratuitamente pela Cidade do Saber e não há escola de balé particular em Camaçari, eles as inscreveram no curso de ginástica rítmica, também oferecido pela Cidade do Saber, até serem transferidas para as aulas de balé no ano passado.
A mãe de Auane, Delma Pereira, 24 anos, por sinal, disse se sentir realizada através da filha, uma vez que sempre gostou de balé, mas não teve a mesma oportunidade que Auane tem hoje, com a Cidade do Saber, instituição que tornou o sonho de mãe e filha realidade.
Juliana Pinheiro, 35 anos e Cristiano Rocha, 34, pais de Anna Rocha, também são agradecidos à Cidade do Saber por ter proporcionado a eles a possibilidade de realizar o sonho das duas filhas de cursarem balé, além de dar visibilidade ao potencial de Anna Rocha, uma vez que o curso é realizado em parceria com a Ebateca, escola renomada e com profissionais capacitados.
“Estamos com grandes expectativas este ano, e ficamos muitos felizes pela equipe do Bolshoi ter enxergado algo especial em nossa filha”, disse Juliana ao falar da alegria da família com a classificação de Anna Rocha, que esta empolgadíssima com a oportunidade.
A verdade é que o futuro é uma incógnita, mas todos, pais e filhas, estão apreensivos e esperançosos com a seletiva nacional do Bolshoi, até porque, “eles não iriam classificar as crianças se acreditassem que elas não teriam chance”, observou Delma Pereira.
Conscientes de que devem deixar as filhas “voarem”, os pais apoiam a busca das meninas pela independência, mas são cautelosos e planejam como vão se estruturar, caso elas sejam aprovadas, para dar o suporte às filhas, principalmente no período de adaptação à nova rotina. Os preparativos são muitos, mas eles dizem que só vão pensar em tudo a partir do resultado de outubro. Por enquanto, eles aproveitam para curtir a primeira conquista das filhas.
Desde 2008, nove bailarinos de Camaçari foram contemplados com a bolsa de estudo do Bolshoi. Destes, sete continuam estudando em Joinville e morando na Casa Social implantada e mantida pela Prefeitura de Camaçari, para oferecer a estrutura necessária para manter as crianças em Santa Catarina.
Ainda estudam na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, os jovens Alexandre Vieira, Andressa Araújo, Daiane Brito, Danilo Henrique Albino, Érica Santos, Janderson Almeida e Pâmela Santos.
