O terreno ocupado pela Britânia do Nordeste, que a Prefeitura retomou através de decisão judicial porque a empresa não cumpriu o contrato firmado, vai se tornar um espaço de funcionamento da Cidade Técnica Universitária. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (29/06), pelo prefeito Luiz Caetano, durante visita às instalações onde funcionava a indústria.
A proposta é que a área seja cedida para atividades do Senai (Serviço Nacional de Integração Nacional), do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) e da UFBA (Universidade Federal da Bahia).
O convite vai ser feito às instituições para que garantam cursos profissionalizantes e formação de mão-de-obra qualificada. O Senai reivindicava espaço para construção de nova estrutura. Agora, a entidade já pode se instalar no terreno, que vai funcionar como centro de saber, diz Luiz Caetano.
A Prefeitura, através da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec), também deve estabelecer parcerias com empresas produtoras de software para oferecimento de cursos. A Prefeitura está articulando com empresas de tecnologia de ponta, acrescenta Luiz Caetano.
Segundo o coordenador de Capacitação de Professores de Camaçari, Márcio Neves, a utilização da área como espaço de produção de conhecimento vai ampliar a oferta de vagas para os cursos do Cefet. Algumas turmas carecem de espaço para as atividades e com o novo terreno a situação pode ser resolvida.
A instalação de uma cidade universitária ainda traz uma nova fonte de recursos para o Município, desmistificando o conceito de que geração de renda só existe por causa do Complexo Industrial, garante Neves.
O documento de reintegração de posse da Britânia foi expedido no último dia 19, pela juíza Júnia Ribeiro Dias Borges, da 1ª Vara de Relações de Consumo, Cíveis e Comerciais da Comarca de Camaçari.
A Prefeitura entrou com pedido judicial para reintegração no dia 16 deste mês, depois que, sem qualquer comunicação oficial ao Executivo, a empresa encerrou a produção e demitiu 370 funcionários.
Para Caetano, a reintegração serve de exemplo para que outras empresas não repitam o erro. O prefeito fez questão de afirmar que todo empreendimento que vem para o Município deve servir ao empresário e a sociedade. A Britânia não cumpriu o acordo à contento, explicou.
Apesar de, judicialmente, a Britânia ter até às 18h desta segunda-feira (29/06) para a retirada de todos os equipamentos do local, a Prefeitura estendeu o prazo até quinta-feira (02/07). Até o final da tarde desta segunda-feira, cerca de 80% do material foram retirados do local. Só faltam ser retiradas uma máquina de 18 toneladas e algumas estruturas metálicas.
Caso a Britânia não cumpra o prazo, já estendido, o Município tem total autonomia para determinar as condições de retirada dos equipamentos da área.
Durante a visita, o secretário da Sedec, Hélio Cortes, anunciou que cerca de 12 empresas, algumas da área de bebidas, estão em contato com a Prefeitura para instalação de novas sedes no Município.

Prefeito quer transformar espaço em cidade universitária -